terça-feira, 4 de junho de 2013

Olá,
    meu nome é ELIE AZIZ CHAMOUN e o objetivo deste blog é compartilhar experiências com o uso de narrativas no ensino de matemática.
     Este blog é parte integrante das tarefas do curso de formação continuada em matemática: Melhor Gestão Melhor ensino.
    Hoje, quero falar da literatura, por seu poder transculturador e transmigrador dos saberes. Considerada perniciosa por Platão em sua República, pela sua incapacidade de representar de forma adequada o mundo das idéias, sendo um dos mais precários simulacros, é exatamente ela, a literatura, que propicia o discurso de Platão, a elaboração e simulação de sua cidade ideal, construída no diálogo e na narrativa. Toda a cidade (a república) e o discurso de Platão com que a elabora são simulacros porque são representados pelo signo lingüístico (a litera) de forma alegórica (ficcional) em que situações são simuladas pelo discurso literário, para que ele pudesse construir outro discurso, o filosófico. Dessa mesma forma, o discurso sobre a matemática vem sendo elaborado com bastante pertinência pelos textos narrativos, como no caso das obras de Malba Tahan, Apostolos Doxiadis, Simon Singh, Mário de Oliveira, G. H. Hardy e outros que têm auxiliado adultos a compreenderem um pouco mais sobre essa área do saber e sobre aqueles que com ela lidam.
      A matemática se dissocia dos outros saberes em que predominam as formas textuais verbais e passa a ser o espaço dos números, das fórmulas e dos sinais, um outro tipo de cifração da linguagem e da informação. Considerando informação enquanto inserção a partir de sua origem (in forma), é adequado raciocinar que negar ao aluno a intermediação dos mecanismos de compreensão dessas diferentes linguagens seria impedir-lhe, de forma injusta e desonesta, o acesso ao conhecimento a que tem direito. 

      Estou relendo a obra: DOXIADIS, Apostolos. Tio Petros e a Conjectura de Goldbach: um romance sobre os desafios da matemática. Trad. 
Abraços,
    ELIE AZIZ CHAMOUN

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